Análise | Windjammers 2 é o Arcade que não sabíamos que precisávamos

Análise | Windjammers 2 é o Arcade que não sabíamos que precisávamos

Entre alguns jogos que sequer imaginávamos que renderiam uma sequência, um deles é Windjammers. O jogo da Data East, que foi sucesso nos Arcades mundo afora, quase passou ofuscado no Brasil com a popularidade de jogos de luta como Fatal Fury e Street Fighter nos meados da década de 90.

Pra quem não ousou experimentar uma das máquinas disponíveis naquele tempo, há uma excelente oportunidade com a sequência desenvolvida pela DotEmu: Windjammers 2, lançado na última quinta (20) para PCs, PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e também incluso no Game Pass.

Afinal, o que é Windjammers?

O jogo surfa na popularidade dos jogos de luta e inova ao incorporar mecânicas que se assemelham à uma partida de Pong com Frisbee, resultando em algo próximo àqueles hockey de mesa populares em shoppings.

O jogador deve pontuar arremessando o disco contra a extremidade oposta ou fazendo o disco quicar no piso oponente por três vezes. O valor da pontuação varia de acordo com a área parede que é acertada, podendo variar entre 3 ou 5 pontos. Diferentes estágios possuem áreas distintas, alternando as posições que concedem 3 ou 5 pontos, exigindo estratégias diferentes para obter a melhor pontuação

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Windjammers, Data East (1994)

O jogo finaliza quando um jogador vence 2 dos 3 sets, ao pontuar 15 em cada um deles ou se possuir a maior pontuação ao término do tempo. A ideia pode parecer simples e entediante, mas a coisa muda de acordo com a dinâmica que cada personagem traz à partidas: há diferentes atributos de velocidade e força para cada um deles, além de golpes especiais que concedem diferentes abordagens.

E quanto a Windjammers 2?

As principais mecânicas do jogo original foram mantidas, com uma adição que é a principal: o botão de salto. Agora o jogador pode saltar pra alcançar discos projetados ao ar, possibilitando-o arremessar contra o chão oponente ou retornar ao solo para uma jogada surpresa.

Agora, também há 4 formas ao todo de receber um lançamento: pode simplesmente segurá-lo, rebater de volta em longa distância, rebater em curta distância ou espalmar o disco para o ar. Este último movimento possibilita carregar um lançamento especial que é único para cada personagem.

Existe ainda um movimento especial que pode ser executado quando uma barra amarela se completa, tal como em jogos de luta. Há personagens que fazem o disco traçar movimentos circulares, outros traçam trajetórias retas igual a mísseis e há até alguns que fazem o disco se teleportar.

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Vale mencionar que, além dos personagens clássicos do jogo anterior, com exceção do sul-coreano B.Yoo, novos personagens se juntaram ao game: com direito ao brasileiro J. Raposa, um skatista que veste as cores da nossa bandeira.

Detalhe: o jogo está totalmente localizado em PT/BR.

Personagens em Windjammers 2. Character Select Screen.
Personagens em Windjammers 2

Infelizmente, não há cutscenes ou qualquer informação extra a respeito dos personagens. Apenas algumas artes finais são mostradas, ao fim do jogo, mostrando a celebração do respectivo vencedor.

Aliás, a arte do jogo segue um estilo irretocável da DotEmu, responsável por jogos como Streets of Rage 4 e Wonder Boy: The Dragon's Trap, no mesmo estilo artístico em 2D.

O capricho do design de personagens é levado aos cenários, repletos de detalhes, com direito à típica torcida dos jogos esportivos e de combates dos anos 90. Entre as dez arenas disponíveis, vale destacar o estádio Lawn que também é dedicado ao Brasil, com direito a nossa bandeira em destaque.

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Há ainda um personagem secreto desbloqueável ao girar o analógico esquerdo do controle em sentido anti-horario na tela de seleção. Disc-Man surge como jogável e nos refresca a memória dos bons tempos em que personagens extras eram inclusos nos jogos sem vendê-los a parte.

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O fluxo do jogo segue o habitual de jogos Arcade: depois de escolher entre três dificuldades o jogador tem pelo menos três tentativas para derrotar cinco oponentes, depois de passar por dois estágios bônus. Nos quatro primeiros confrontos é possível escolher entre dois oponentes pré-definidos, sendo o último oponente definido aleatoriamente.

Caso as três fichas (tentativas) não sejam suficientes, não se preocupe: é possível obter mais chances ao somar pontuações ao longo das partidas. Você certamente precisará usufruir dessas tentativas até aprender as principais mecânicas e estratégias necessárias para avançar, isto porque o tutorial acessado via menu pode não ser o suficiente.

Modo Online satisfatório

Além do modo Arcade é possível jogar partidas locais contra um segundo jogador, e também há um modo online para partidas contra oponentes de todo o mundo.

Tela inicial de Windjammers 2
Tela inicial de Windjammers 2

Entre algumas partidas que disputei contra outros jogadores durante o primeiro final de semana pós-lançamento, o matchmaking se mostrou competente. Poucos segundos eram necessários até encontrar um oponente, sendo devidamente nivelado de acordo com sua experiência. Nesse modo, todo o confronto pode ser estendido em um melhor de três se cada jogador optar por continuar ao fim dos três sets que compões uma vitória.

Ao fim de cada partida, um sistema de ranking atribui pontuações ao vencedor e retira determinada quantia do perdedor, compensando jogadores que se mantenham em vitórias consecutivas.

Os servidores se mostraram estáveis e não tive problemas com lag ou ping alto. O único ponto negativo do modo competitivo é a ausência de alternância entre os lados da quadra onde os jogadores se posicionam, que poderia se alternar ao fim do round. Depois de se acostumar com o posicionamento sempre à esquerda no modo Arcade, é um pouco inabitual jogar à direita no modo online.

Prós

  • Mecânicas próximas ao jogo original, com adições que contribuem com sua dinâmica
  • Design e arte impecáveis
  • Matchmaking eficiente e balanceado, retorna oponentes em nível parecido de habilidade
  • Fator diversão garantido por diversas horas
  • Localização em PT/BR

Contras

  • Rejogabilidade baixa, fator replay quase nulo
  • Poucos modos de jogo, competições 2×2 poderiam ter feito a diferença
  • Jogadores não alternam lados da quadra em partidas pvp, o que geralmente favorece o jogador à esquerda

Conclusão

Windjammers 2 é uma excelente proposta de reviver um clássico subestimado de algumas casas de fliperama e garante o seu lugar em bibliotecas de novos consoles com o toque inconfundível da DoteMu. Dá pra imaginar este jogo como uma opção casual entre amigos revezando os controles e não seria de de se espantar dele ser abraçado em competições de alto nível.

Para àqueles que, assim como eu, não deram a devida atenção ao jogo anterior, Windjammers 2 é o Arcade que não sabíamos que precisávamos; horas divertidíssimas estão garantidas!

O jogo está disponível em outras plataformas, mas se quiser desafiar o Clube do Video Game para uma partida, ficamos com a versão da Steam:

Caso queira experimentar o primeiro Windjammers, o portal Piepacker disponibiliza, gratuitamente, uma versão licenciada do jogo através do navegador. Basta acessar e jogar!

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Clube do Video Game agradece a agência Massamune que, gentilmente, nos cedeu o código de Windjammers 2 para review.

Fabits
Fabits

Estou aqui para trazer notícias, curiosidades, rumores, matérias interessantes e desinteressantes. Eventuais opiniões expressadas acima são minhas e não necessariamente representam ideais do Clube do Vídeo Game.