O CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, deve continuar como chefe da desenvolvedora e publisher caso a venda da empresa para a Microsoft fracasse, segundo fontes ouvidas pela Fox Business.
Kotick é um executivo controverso. Ele já foi alvo de diversos protestos de funcionários da Blizzard e acusado de manter na companhia um ambiente permissivo para abusos e assédios, além de ser alvo de algumas acusações. Mesmo assim, em junho de 2022, Kotick foi reeleitopara o cargo de CEO pelo conselho de acionistas da empresa.
A venda da Activision Blizzard para a Microsoft diminuiu as chances de Bobby Kotick assumir novamente o cargo de CEO, mas ele é um dos principais entusiastas do negócio. Ele chegou a acusar a Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido, a CMA, de não ter visão de mercado.
Até o momento, a Microsoft não se pronunciou sobre que atitude tomará em relação a Bobby Kotick caso a compra da Blizzard seja concluída, mas o executivo é um dos principais acionista da publisher e receberá uma grande quantia se a transação entre as duas empresas for aprovada.
De acordo com a Fox Business, Kotick ainda receberá uma quantia de mais de US$ 15 milhões para deixar o cargo de CEO caso a Microsoft compre mesmo a Activision Blizzard.
Abuso e assédio dentro da Activision
Kotick está no comando da Activision desde 1991. Com a explosão de casos de abuso e assédio na empresa, sua imagem foi totalmente manchada, de modo que ele é considerado um dos executivos com pior reputação da indústria, ainda mais porque ele próprio vem enfrentando acusações.
Um dos casos mais graves é que Kotick teria ignorado um caso de estupro ocorrido no estúdio Sledgehammer e não levou as denúncias da funcionária ao conselho da empresa. A Blizzard teria então, firmado um acordo extrajudicial com a ex-funcionária.
Quando em 2019, Dan Bunting, co-líder da Treyarch, foi acusado de assediar sexualmente uma outra funcionária durante uma festa, Kotick interferiu no caso, e Bunting foi mantido no cargo após “receber aconselhamento”.