O game indie brasileiro God-Machine recebeu no último domingo (23), o prêmio de Melhor Jogo de Ação na premiação internacional Overcome Film Festival. O Overcome premia games e filmes independentes do mundo inteiro anualmente, desde quando começou, em 2017. O festival já havia premiado filmes do Brasil no passado, mas nunca um jogo feito aqui. Ou seja, é um fato inédito e histórico para a cena nacional de desenvolvimento de games.
Confira, abaixo, um gamplay do game:
O Clube do Videogame realizou uma entrevista exclusiva com Fernando Rizzato, um dos criadores do jogo God-Machine. Veja a parte 2 abaixo.
A parte 1, você pode conferir clicando aqui.
4 – Como foi a experiência de ganhar um prêmio internacional?
F*** demais! Principalmente em ver que algo em que estamos trabalhando tão duro, e que tem um significado enorme pra nós, também tem relevância para outras pessoas mundo afora.
5 – Como esse prêmio pode ajudar a fomentar a indústria de games brasileira?
Já existem alguns estúdios muito bons fazendo bonito lá fora, e pensamos que esse prêmio é um degrau a mais para a indústria nacional como um todo. O Brasil atrai cada vez mais investimentos e apoio internacional, o que leva nosso trabalho a mais públicos ao redor do mundo. É um ciclo virtuoso que nos honra ajudar a fortalecer. E obviamente, o crescimento dessa indústria traz inúmeras oportunidades de negócios, geração de empregos, investimentos e realização pessoal. A Polônia hoje arrecada muito através da indústria de videogames, por exemplo. Imagine o potencial que essa indústria tem no Brasil, com tantos talentos que temos por aqui.
6 – Quais são as desvantagens e dificuldades de trabalhar com jogos indie no Brasil?
Como uma empresa ainda pequena, mas que aumentou 10 vezes seu tamanho em pouco tempo, sentimos que a maior dificuldade é a responsabilidade que temos com as pessoas que estão conosco. Desenvolver projetos próprios ao mesmo tempo que colaboramos com outras empresas, também pode ser desafiador, mas necessário pra pagar as contas no fim do mês! rsrsrs… E no Brasil temos várias questões complexas, de legislação, impostos e tal. Tudo isso dificulta uma evolução mais fluída. Mas vemos que muita coisa já melhorou, eventos nacionais têm atraído incentivos, e cada vez mais empresas do mundo todo estão interessadas em investir e fazer negócios com devs brasileiros.
7 – E as vantagens de trabalhar com jogos indie no Brasil?
O Brasil tem muita gente talentosa, criativa e apaixonada em criar e desenvolver games. Nosso time é prova disso. Verdadeiros monstros no que fazem, ganhando confiança e gerando impacto nas produções em que atuamos. As pessoas, e a oportunidade de trabalhar e aprender com elas todos os dias, é sem dúvida especial pra nós. E é o que torna nosso universo cada vez mais rico e sólido.
8 – Quem são as inspirações do estúdio na indústria?
Além do que a gente consome desse universo, olhamos empresas como a Diorama e a Acquiris, e talentos como o Grassetti, André Castro, Gilberto Magno, brilhando no mercado internacional. O pessoal do Void Studios, do Big Festival, o Claudio Gusmão da UX4Indies, o MVC, o Rick Troula… Tem muita gente boa nessa área por aqui, é grande o risco de esquecer de citar alguém… rsrsrs.
9 – Além de God-Machine, em quais outros projetos o estúdio está trabalhando no momento?
Muita coisa! rsrs… Seguimos com a produção do God-Machine. Aquele game de corrida que citamos antes, não morreu, e inspirou um disco de Metal que vai começar a ser disponibilizado por streaming nos próximos meses. E está no radar o lançamento do MNSTR Mini, um serviço de assinatura com histórias jogáveis de RPG de mesa, e miniaturas incríveis de personagens baseados no MNSTR MEGAVERSE. Tem muita coisa legal vindo por aí muito em breve, contem com isso.
