Hogwarts Legacy: hacker invade game e deixa mensagens de ódio contra pessoas trans e homens

Hogwarts Legacy: hacker invade game e deixa mensagens de ódio contra pessoas trans e homens

Hacker conseguiu passar pelo programa Denuvo e além de creackear o jogo, deixou mensagens de ódio a pessoas trans, homens e declarou apoio a autora JK Rowling

Uma hacker chamada “Empress”, que pode ser traduzido como “Imperatriz”, conseguiu passar pelo programa Denuvo, um sistema de proteção eficaz, e creakeou Hogwarts Legacy, permitindo que os jogadores do game para PC acessassem conteúdo exclusivo do PlayStation 5.
Além disso, deixou seu conteúdo disponível na internet para quem quiser baixar o jogo gratuitamente, com tudo desbloqueado.
Ela deixou mensagens nos arquivos do jogo para os jogadores que baixassem seu crack. Essas mensagens estavam cheias de mensagens de ódio contra pessoas trans, homens e declararam seu apoio a autora da série de livros Harry Potter, JK Rowling, que, usuária assídua das redes sociais, frequentemente as usa para fazer comentários transfóbicos.
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Empress já é bastante conhecida no meio cracker, pois havia cometido outras invasões e clamou pelos créditos. Dessa vez, seu alvo foi Hogwarts Legacy, e ela conseguiu driblar o sistema Denuvo, um dos mais seguro, que não é muito popular entre os jogadores, pois, apesar de ser ótimo para lidar com cópias, pode deixar o desempenho do PC e de qualquer jogo muito lento.

As mensagens de ódio de Empress

Em seu post no Reddit, em que deixa o link de seu crack, Empress aproveitou para fazer um discurso de ódio contra pessoas trans, mas também com muita homofobia e com ódio a qualquer homem, afirmando que eles são inferiores às mulheres. Ela também criticou o Denuvo, um sistema irritante para os jogadores.

Mesmo deixando claro que não concordaram com suas opiniões, muitos usuários aclamaram Empress por derrubar o Denuvo.

Apoiadora de JK Rowling é responsável por creacker Hogwarts Legacy

O fato dela ser uma apoiadora de JK Rowling e estar crackeando Hogwarts Legacy gerou estranhamento na comunidade. “Não imaginava que uma pessoa transfóbica iria crackear Hogwarts Legacy”, disse um usuário. “Nunca pensei que o crack viria de alguém que não era a favor do boicote”, disse outro.

Entenda as polêmicas de JK Rowling

A popularidade de JK Rowling vem caindo drasticamente nos últimos anos por causa de seu envolvimento em polêmicas, principalmente por conta de comentários considerados transfóbicos feitos pela autora nas redes sociais. Dessa forma, seu público decidiu que não deveria mais ajudá-la a tirar proveito da franquia, não consumindo mais nada que tivesse a ver com Harry Potter, incluindo Hogwarts Legacy. Segundo os internautas, comprar o jogo – ou qualquer produto da saga – equivaleria a financiar as palavras de J.K. Rowling, dando-lhe credibilidade.

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Tudo começou quando JK Rowling comentou uma matéria que tinha no seu título a expressão “pessoas que menstruam”. A autora criticou o uso desse tipo de termo, pois, segundo ela, “mulheres” daria conta de explicar a quem o texto estava se referindo.

O comentário foi considerado transfóbico, e a autora começou a justificar sua posição, afirmando que não se pode negar o sexo biológica, porque ele seria determinante para sua experiência.

“Se sexo não é real, não existe atração entre pessoas do mesmo sexo. Se sexo não é real, a realidade vivida por mulheres ao redor do mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de sexo remove a habilidade de muitos discutirem suas vidas de forma significativa. Não é ódio dizer a verdade”, disse. “A ideia de que mulheres como eu, que têm empatia por pessoas trans há décadas e sentem afinidade por elas, porque são vulneráveis do mesmo modo como as mulheres – isto é, à violência masculina – ‘odeiam' pessoas trans porque pensam que sexo é real e vivem as consequências disso é um absurdo. Respeito o direito de todas as pessoas trans de viverem da maneira que lhes pareça autêntica e mais confortável. Protestaria com vocês se vocês fossem discriminados por serem trans. Ao mesmo tempo, minha vida foi moldada pelo fato de eu ser mulher. Não acredito que seja odioso dizer isso.”

A partir daí, a autora, usuária ativa do Twitter, vem fazendo inúmeros comentários na rede social, que são considerados transfóbicos pela comunidade LGBTQIA+.

Leticia
Leticia

Sou escritora, jornalista e completamente apaixonada por tudo que envolve cultura pop. Instagram e twitter: @leticiahofke