John Romero é um dos principais nomes da indústria dos jogos, considerado por muitos como o pai dos jogos modernos. Junto de John Carmack, Romero foi responsável por franquias como DOOM, Wolfenstein e Quake, games que criaram a base do FPS moderno que jogamos hoje.
Esse ano Romero vai estar na Brasil Game Show, maior feira do setor realizada na América Latina. O evento começa na quarta-feira, 9, e vai até o domingo, 13.
Em preparação para a sua participação no evento, Romero deu uma entrevista para o Estadão. Entre muitos assuntos, ele falou sobre a relação entre os jogos e a violência.
Como já foi falado muitas vezes na mídia tradicional, há uma grande preocupação em relação a influência que os jogos supostamente têm em jovens. Não à toa que, até hoje, os FPS são culpados por ataques violentos, principalmente nos EUA, onde os tiroteios em massa se tornaram frequentes.
Em relação a isso, Romero disse:
“Um jogo é um meio de expressão, uma forma de aliviar o estresse. Quando você alivia a tensão em um jogo, não precisa fazer isso na vida real. A maioria das pessoas consegue diferenciar o que é matar alguém na vida real da violência que aparece nos videogames, nos filmes ou num desenho animado. São as pessoas que têm transtornos mentais as principais responsáveis pelos tiroteios em massa.”
Emendando a resposta, John também falou sobre o seu posicionamento em relação à posse de armas. Outro assunto muito discutido nos EUA.
“Acredito que ninguém deveria ter armas. Armas são ótimas nos jogos, mas não na vida real.”
Romero também falou sobre como ele enxerga o atual cenário de jogos. Comentando que antigamente era muito mais difícil criar jogos de tiro, por causa das limitações técnicas com os motores gráficos.
“Um motor gráfico poderia nos ajudar a acelerar esse processo. Ao longo de 1991, fizemos mais de dez jogos, estávamos sempre fazendo dois games ao mesmo tempo. Quando percebemos que aquilo poderia facilitar a vida de outros desenvolvedores, passamos a licenciar nossos motores gráficos.”
Outra informação bem legal foi a opinião do desenvolvedor sobre as novas versões de seus jogos consagrados, DOOM e Wolfenstein.
“Acho incríveis. A Machine Games tem feito coisas incríveis com Wolfenstein e a id Software se redimiu com o último Doom, que saiu em 2016. Estou bem ansioso por Doom Eternal.”