O Slender Man foi um dos personagens mais conhecidos pela internet na última década. A criatura surgiu como uma creepypasta, uma história criada na internet para assustar os usuários das redes sociais. Entretanto, o monstro foi mais além do que a maior parte dessas narrativas que tentam ser assustadoras, atingido outro nível de popularidade e alcançando diversas pessoas que não exploravam tanto esse lado da web. Boa parte disso se deve a época em que ele começou a fazer sucesso e ganhar popularidade, no começo da década passado em que muitos desses conteúdos ainda não eram tão comuns e algumas pessoas até mesmo acreditavam se tratar de depoimentos reais. Desta forma, não demorou para que o Slander Man invadisse outras mídias além dos textos de internet, chegando até mesmo as telas de cinema.
Em 2015, Sempre de Olho: Uma História Marble Hornet, colocou o Slender Man como principal vilão em uma história de investigação, onde o monstro é interpretado por Doug Jones, ator americano conhecido por Hell Boy e O Labirinto do Fauno. Não sido tão bem avaliado, o filme amargou 27% de aprovação da opinião do público no Rotten Tomatoes. Posteriormente, em 2018, foi lançado Slender Man: Pesadelo sem Rosto, que voltou a contar a lenda criada na internet, dessa vez estrelado por Joey King, de A Barraca do Beijo e Trem Bala. O terror não foi o maior sucesso nem de crítica, nem de público. No Rotten Tomatoes, as notas crítica especializada tiveram uma média de 8% de aprovação, enquanto a opinião do público rendeu apenas 16%, ambas menores do que o projeto lançado em 2015, além de ter rendido uma baixa bilheteria.
Ainda assim, no mundo dos games a história foi um pouco diferente. Embora não tenha lançado nenhum título triplo-a, o personagem conseguiu fazer sucesso no mercado dos jogos independentes. Boa parte disso se deve ao fato de que muitos jogos de terror nesse estilo, com menos orçamento, ganharam destaque entre a comunidade e principalmente, em canais de youtube e, posteriormente, com streamers. Desta forma, o Slender Man, que não conseguiu fazer bons números no audiovisual, ganhou espaço no cenário gamer, se tornando um grande personagem não apenas nas lendas urbanas da internet, mas também para aqueles que gostam desse tipo de jogo. Para relembrar toda a trajetória do vilão nos títulos em que ele marcou presença, separamos os alguns dos games mais interessantes para conhecer e jogar.
Slender: The Eight Pages
O primeiro grande sucesso do Slender Man nos games veio em junho de 2012, provavelmente também sendo o primeiro jogo em que o personagem aparece. Na produção de terror, ele é o principal inimigo que o jogador enfrentará em sua jornada, rendendo vários bons sustos enquanto a aventura acontece. A produção foi feita por Mark J. Hadley através de sua desenvolvedora Parsec Productions, que ficou conhecida justamente pelo lançamento. Como citado anteriormente, um dos principais motivos que fez com que alguns dos jogos do Slender Man, com destaque para esse, se tornassem grandes sucessos, foi a grande exposição que eles tiveram nas mídias sociais e canais do YouTube, que começaram a surfar na temática e atrair ainda mais jogadores para o título independente.
O objetivo do jogo é relativamente simples. O jogador deve andar por uma floresta escura em que facilmente pode se perder através das inúmeras árvores e do matagal, e encontrar 8 páginas espalhadas pelo mapa, todas com desenhos feitos por crianças. Toda essa tarefa não seria tão fácil ao ponto de os únicos obstáculos serem achar os itens e tomar cuidado para não ficar perdido, já que enquanto o protagonista anda pela ambiente, ele é perseguido pelo Slender Man. A cada página coletada, mais difícil o game fica, transformando a tarefa de recuperar as 8 em um verdadeiro desafio, em uma atmosfera de tensão gerada pelo cenário, ainda que os gráficos não sejam o foco do jogo, além da trilha sonora assustadora que paira no ambiente o tempo inteiro. O título está disponível para PC até os dias de hoje e pode ser baixado de forma gratuíta.
Slender: The Arrival
Com o sucesso do primeiro game, uma continuação era quase inevitável, desta vez, muito mais ambiciosa que o primeiro projeto. Slender: The Arrival chegou ao público em 2013 e é do mesmo criador de Eight Pags, Mark J. Headley, que dessa vez aprimora as mecânicas do primeiro título, além de outros elementos que também apresentam uma grande evolução em relação ao lançamento de 2012. Todo o desenvolvimento do projeto também recebeu mais atenção, além de novos nomes na produção, tendo sido desenvolvido à partir de uma parceria entre a Parsec Productions, do primeiro jogo, com a Blue Isle Studios. O roteiro também não ficou para trás e foi escrito por Marble Hornets, um canal do YouTube focado no terror. Uma das maiores evoluções de The Arrival é sua chegada para os consoles, estando disponível para PlayStation 3, Xbox 360, além do PC.
A personagem Kate, que foi a protagonista sem muito destaque do primeiro jogo, volta para a continuação. O game tem um estilo parecido com o título original, mas adiciona novos conceitos, principalmente entrando na onda de outros projetos lançados na mesma época, como Outlast, em que o jogador também utiliza uma câmera enquanto visualiza o cenário e filma o que está acontecendo, além de também ficar em posse de uma lanterna para entender passear pelos ambientes escuros. O desafio aqui vai além de encontrar 8 páginas, com toda aventura de The Arrival se passando através de 10 capítulos que contam sua história. Como tudo nessa versão é mais bem trabalhada que na original, todo a perseguição do Slender por Kate se torna muito mais asssutadora, com um monstro ainda mais ameaçador que da última vez.
Slender Man’s Shadow
Esse jogo não faz parte oficialmente da duologia criada por Mark J. Headley, sendo um spin-off que trabalha a mesma ideia, mas incluindo alguns conteúdos novos. Assim como nos jogos originais, ele constrói uma atmosfera assustadora para que o jogador enfrente o Slender Man. A grande novidade deste título é que existem diversos mapas, com alguns personagens diferentes, cada um com a criatura perseguindo incessantemente o protagonista. Cada um dos cenários são lugares distintos, com objetivos próprios, mas que não fogem muito da ideia original de encontrar objetos espalhados, que varia, de páginas com desenhos, fotografias, evidências de uma criança desaparecida e até ursinhos de pelúcia. Os 8 mapas são: Sanatório, Hospício, Escola, Mansão, Claustrofobia, Rua 7, Prisão e Parque de Diversões.