O game que nós vamos falar hoje é de uma franquia importante para consolidação do gênero survival horror no mercado de jogos eletrônicos. Afinal, quem nunca ouviu falar de Resident Evil? Lançada pela Capcom, a série surgiu em 1996 com Resident Evil 1 e de lá para cá, ganhou diversos novos títulos. Entre eles, Resident Evil 4, o tema do texto de hoje.
Resident Evil 4 traz de volta o personagem Leon Kennedy, que havia sido introduzido no segundo jogo da franquia. Longe de Raccoon City, a missão dele agora, não é lutar contra zumbis e sim resgatar Ashley – a filha do presidente americano – de moradores de uma Vila da Europa controlados por um parasita.
O que pouca gente sabe é que Resident Evil 4 foi submetido a um longo processo de desenvolvimento e chegou a ter quatro versões descartadas. Inclusive, uma das versões originou o primeiro Devil May Cry.
Nesse texto, vamos explorar mais curiosidades sobre Resident Evil 4, que, mesmo se afastando dos rumos que ditaram a franquia, é um verdadeiro marco histórico no universo dos videogames, além de ser considerado, por muitos especialistas, como o melhor Resident Evil da série.
O jogo teve quatro versões canceladas durante seu desenvolvimento
Devil May Cry
A produção de Resident Evil 4 começou em 1999, sob direção de Hideki Kamiya. A primeira versão do game acabou se afastando do universo da franquia, desviando-se totalmente do survival horror da série. Ficou tão diferente do que a franquia propõe que a Capcom descartou esta versão como Resident Evil 4 e criou um novo jogo: Devil May Cry. Sim, Devil May Cry surgiu a partir de Resident Evil 4 e foi lançado em 2000.
O nevoeiro
O desenvolvimento de Resident Evil 4 só começou novamente no final de 2001. Quem assumiu o posto de diretor dessa vez foi Hiroshi Shibata, e essa versão ficou conhecida como “Fog” – nevoeiro, em inglês. Ela foi apresentada durante a Tokyo Game Show de 2002 e mostrava Leon lutando contra inimigos feitos de névoa enquanto tentava entrar no quartel general europeu da Umbrella. Ele havia se infectado com o vírus e tinha um poder oculto na mão esquerda. Tinha ainda a presença de uma garota desconhecida – que não era Ashley Graham -, mas que nunca foi revelada ao público.
A versão foi cancelada pela Capcom e até hoje, não sabemos o motivo.
Paranormalidade
Em 2002, Shinji Mikami resolveu recomeçar o projeto do zero e apresentou a terceira versão do game na E3 de 2003, onde garantiu que o desenvolvimento estava indo bem e que o jogo seria mais assustador que nunca.
O material apresentado trazia Leon enfrentando inimigos paranormais – como fantasmas, armaduras medievais e bonecas com vida. Entretanto, o game foi considerado “paranormal demais” e a Capcom decidiu que ele não se enquadrava no estilo de Resident Evil, cancelando-o em seguida.
Várias mecânicas usadas nessa versão, no entanto, foram mantidas, como, por exemplo, a câmera sobre o ombro para mirar durante a batalha.
A morte de Leon
Temos poucas informações sobre a quarta tentativa, pois ela não chegou a ser mostrada ao público. Havia o retorno de zumbis, de fato, mas aparentemente, um vírus tomaria conta do corpo de Leon, e ele morreria. No fim das contas, esse script não agradou e teve que ser alterado.
Mikami queria menos terror e mais ação
Mikami estava trabalhando sob pressão da Capcom. A empresa ameaçou cancelar a franquia se o jogo não vendesse bem. Dessa forma, o desenvolvedor decidiu que o jogo teria menos terror e mais ação, pois tinha medo da rejeição se não arriscasse em algo novo. Segundo ele, depois de observar o que aconteceu com as vendas do remake de Resident Evil e de Resident Evil Zero, o gênero de terror absoluto não vendia mais como antes, e Resident Evil 4 precisava vender pelo bem de sua carreira e da continuidade da franquia.
Mesmo com a equipe desestabilizada e desmotivada com a mudança, Mikami deu seguimento a sua ideia, e Resident Evil 4 teve tantas diferenças em relação aos outros jogos da franquia que até existe quem não o considere como survival horror.
Polêmica envolvendo Resident Evil
Uma das mais recentes curiosidades sobre Resident Evil 4 é que, depois do vazamento de dados da Capcom – que aconteceu em novembro de 2020 -, a fotógrafa Judy Juracek processou a empresa em 12 milhões de dólares, afirmando que haviam roubado fotos que pertenciam à ela.
Os hackers expuseram imagens de alta resolução e artes usadas em títulos da franquia. De acordo com Juracek, a empresa usou fotos suas para criar texturas e objetos em Resident Evil 4 e Devil May Cry.