A série Yakuza nunca foi tão pular no ocidente quanto nos anos recentes, se tornando talvez a franquia mais importante da série atualmente, superando até o ouriço azul na mente das pessoas. Porém, as aventuras de Kazuma Kiryu não são exatamente novas. O primeiro jogo da série saiu ainda no PlayStation 2, em 2005. Aqui vamos retratar de todos os jogos principais da série. As datas de lançamento ao lado do título se referem ao ano em que o game saiu no Japão.
Yakuza (2005)
Yakuza, ou Ryu ga Gotoku (“Like a Dragon”/”Como um Dragão”), foi ideia de Toshihiro Nagoshi, produtor da série. EEle queria criar um drama amis adulta com uma sensação maior de humanidade, coisa que estava em falta nos jogos da época. A escolha pela temática de yakuza foi feita pois esse universo contém muita violência, sempre abordada em filmes e séries japonesas. Uma curiosidade do primeiro jogo é que foi o único da série (até Yakuza 7) a receber dublagem em inglês.
O seu lançamento ocidental recebeu bastante investimento por parte da Sega, trazendo até mesmo Mark Hamill — Luke Skywalker da série Star Wars — para dublar o antagonista Goro Majima.
Yakuza 2 (2006)
A sequência do aclamado primeiro jogo veio logo no ano seguinte no Japão. Utilizando a mesma engine de seu antecessor, Yakuza 2 tem entre suas melhorias, um melhor sistema de combate. Se tornou mais fácil trocar entre inimigos durante os combates, que ainda possuiam uma tela de loading, como em RPGs mais antigos. Além disso, a exploração foi expandida, com a cidade de Sotenbori em Osaka sendo representada, além de Kamurocho.
A história também agora gira em torno de uma temática de romance mais adulta, coisa que não estava presente no primeiro game. Devido às críticas feitas às adaptações da dublagem em inglês do jogo anterior, o lançamento ocidental só contava com vozes em japonês, o que foi um alívio pra muita gente por aqui.
Yakuza 3 (2009)
Aqui temos a primeira evolução da série principal, com o primeiro game feito para a geração seguinte, o PlayStation 3. Obviamente, é preciso falar que esse não é a primeira aparição da série na sétima geração de consoles. “Ryu Ga Gotoku Kenzan!” foi lançado um ano antes de Yakuza 3, sendo um spin-off que se passa no século XVII. Como esse game nunca foi localizado, foi apenas no terceiro jogo da série principal que vimos as verdadeiras melhorias em relação aos lançamentos anteriores.
Aqui, foi utilizada a V-Engine, onde a principal característica era a real representação das faces dos atores. Além disso, a exploração do mapa agora permite o controle total da câmera, diferentemente dos ângulos fixos à lá Resident Evil dos primeiros games. Seu lançamento original infelizmente teve diversos cortes, como mini-games removidos e algumas side-quests retiradas sem motivo aparente.
Foi relançado no PlayStation 4 com boa parte desse conteúdo restaurado, além de contar com uma nova tradução mais em linha com os games recentes.
Yakuza 4 (2010)
A maior mudança do quarto game é a adição de mais três protagonistas, além de Kiryu: Tanimura, Akiyama e Saejima, cada um com suas missões específicas e sistema de combate individuais. Além disso, a cidade de Kamurocho ganhou mais áreas a serem exploradas, como telhados, um subsolo e até os esgotos. Também foi relançado no PlayStation 4, contando com uma nova tradução.
Yakuza 5 (2012)
Devido ao fraco desempenho da série na época, a Sega relutou muito em trazer o quinto jogo para o ocidente. Mesmo assim, o quinto game chegou em inglês no PlayStation 3 em 2015, 3 anos após o seu lançamento no Japão. Yakuza 5 faz uso de uma nova engine, que não é tão agarrada como a usada nos games anteriores no console, e que futuramente seria usada em Yakuza 0.
O game tem um escopo gigantesco, com cinco protagonistas e cinco cidades diferentes a serem exploradas. Além disso, a transição entre exploração e batalhas foi melhorada, se tornando mais similar aos jogos recentes da série. As lutas se tornaram mais ágeis e os controles também estão mais responsivos, de forma que a luta se torna menos pesada e bem mais agradável, se comparada com Yakuza 3 e 4.
Foi relançado no PlayStation 5, também com nova tradução. A versão física desse lançamento ainda conta com uma caixa de PS3 para que os fãs coloquem em suas plateleiras, para compensar o lançamento somente em mídia digital original.
Yakuza 0 (2015)
Lançado em 2015 no Japão e em 2017 no ocidente, o game se trata de uma prequel de toda a história. Contando com dois protagonistas, Kiryu e Majima, ambos mais jovens, temos aqui talvez a história mais amada pelos fãs da franquia.
Tudo gira em torno de um terreno aparentemente sem dono no meio de Kamurocho, e grandes forças que desejam investir no lugar querem se tornar donos desse mísero pedacinho de chão, pois sem ele, o projeto de revitalização da cidade — e investimento/lucro — não poderia acontecer.
Com uma trama que vai de lá pra cá, com troca de protagonistas a cada dois capítulos, Yakuza 0 faz uso da mesma engine de Yakuza 5 e traz pela primeira vez um arco se passando num passado recente, em 1988. Isso abre espaço para diversas possibilidades, como sidequests que contam a história da época, além de toda estética voltada para a bolha imobiliária que ocorreu no Japão durante essa época. Foi lançado exclusivamente no PS4 no ocidente. Sendo assim, nós pudemos conferir o game já em 60 FPS, característica inexistente na versão do console anterior, exclusiva do Japão.
Yakuza 6 (2016)
Com o subtítulo “The Song of Life” (A Canção da Vida), o sétimo jogo da série principal é lembrado por ser o primeiro a usar a Dragon Engine, o terceiro motor gráfico da série principal. Essa evolução é talvez tão grande quanto a mudança feita entre os jogos de PS2 para PS3, pois não só mudaram a estética, mas a forma como o mundo é explorado.
Os prédios agora podem ser adentrados sem loading, com transição natural de áreas externas para internas. Somado a isso, a física evoluiu muito, com cenários destrutivos e personagens reagindo melhor a quedas e arremessos.
Por se tratar de um Kiryu mais velho, os múltiplos estilos de combate foram removidos, talvez por se tratar de uma nova engine. Infelizmente perdeu-se a capacidade de jogar em 60 FPS, e a falta de fluidez é notável para aqueles que se acostumaram com o Yakuza 0. Mas isso é apenas um detalhe que fica fácil de acostumar com o passar do tempo.
O game foi muito bem recebido, mas o consenso geral é de que ele não chegou no nível de receptividade e qualidade de Yakuza 0.
Yakuza: Like a Dragon (2020)
Com o fim da saga de Kazuma Kiryu, foi decidido que os futuros games da série teriam um novo protagonista, além de seguir um rumo totalmente diferente dos anteriores. Lançado originalmente no Japão como Yakuza 7, seu número foi removido do lançamento ocidental para que novos jogadores não se intimidassem, com medo de não entender a história.
A decisão foi acertada, pois é perfeitamente possível começar a jogar por esse game. A grande diferença aqui é o sistema de combate. O game não é mais no estilo briga de rua, trocando para um RPG de turnos.
Nosso novo protagonista, Ichiban Kasuga, é notavelmente um grande fã da série Dragon Quest. Isso fica claro tanto na história com suas referências diretas, mas também no combate e estilo de jogo. Lugares que já estavam presentes em games anteriores, como a Millenium Tower, se tornaram dungeons, com chefes e minibosses. Além disso, todos os personagens agora possuem classes, que remetem às profissões de RPGs clássicos, mas com um toque de modernidade e humor.
Isso necessita que o jogador suspenda sua descrença e leve os ataques e “magias” com um pouco menos de seriedade, encarando como se fossem uma forma fantasiosa das brigas que realmente estão acontecendo.
O jogo foi muito bem recebido no ocidente, e para nossa felicidade, será o primeiro da série que receberá uma tradução em português brasileiro. Nossa língua virá como um patch já no início de 2021.