Iniciado em 1972 com o lançamento do Magnavox Odyssey, o mundo do videogame levou alguns anos para expandir seu foco de aparelhos fixos para também lançar consoles portáteis. Apesar de uma tecnologia limitada no começo, a possibilidade de jogar em qualquer lugar, sem a necessidade de se limitar a uma televisão e um sofá, foi algo que atraiu um número massivo de adeptos ao longo da história destes consoles portáteis.
O que são consoles portáteis?
Mas para listar os principais consoles portáteis, precisamos partir de uma definição. Para esta lista, estes consoles são aparelhos de videogame totalmente independentes, focados na mobilidade e que podem ser jogados em qualquer lugar.
Porém, iremos pontuar alguns aparelhos especiais, que com certeza merecem uma citação na história dos consoles portáteis.
Microvision – 1979
Lançado pela Milton Bradley Company, o Microvision foi o primeiro dos consoles portáteis com suporte a cartuchos com jogos diferentes. Por ser um aparelho bastante experimental, ele contava com alguns problemas críticos como aquecimento de tela.
Algo interessante do Microvision é a falta de CPU, diferente de grande maioria dos consoles, o aparelho deixava o processador nos cartuchos de cada jogo. Apesar de bastante simples, o console foi a primeira visão colocada em prática de um aparelho portátil.
Game & Watch – 1980
A primeira empreitada da Nintendo no mercado portátil, o Game & Watch foi um console 4-bit lançado em 1980 que surgiu após o Gunpei Yokoi, líder da divisão de Pesquisa e Desenvolvimento da Nintendo, ter visto um homem entediado brincar com a sua calculadora LCD em uma viagem. A ideia se tornou um aparelho próprio, feito para qualquer um jogar jogos simples em qualquer lugar.
Um verdadeiro sucesso na época, o aparelho vendeu mais de 43 milhões de unidades, o que motivou a Big N a seguir investindo no mercado de portáteis nos anos seguintes.
Atari Lynx – 1989
Uma das grandes empresas da época, a Atari lançou um console portátil que era híbrido entre os 8 e 16 bit: o Lynx. O console recebeu apenas 73 jogos, com Ninja Gaiden sendo um dos seus principais títulos.
Desenvolvido na Epyx e lançado em 1989, o console ultrapassou o 1 milhão de unidades vendidas, o que foi o suficiente para o lançamento de um Lynx II em 1991, mas o baixo interesse do público fez com que o seu lançamento fosse o início da queda da Atari.
Game Gear – 1990
Lançado como uma aposta da SEGA no mercado de consoles portáteis, o Game Gear chegou para competir com o Game Boy da Nintendo e o Lynx da Atari. Com uma tela colorida e um hardware similar ao Master System, que é capaz de rodar jogos do aparelho com o uso de um adaptador.
O Game Gear foi altamente elogiado pela sua tela e alto poder de processamento para a época, porém recebeu duras críticas pela bateria que durava pouco e questões acerca da qualidade da biblioteca de jogos do console. O jogo de maior sucesso do aparelho foi Sonic the Hedgehog 2, com mais de 400 mil unidades vendidas.
Game Boy e Game Boy Color – 1989/1998
Algo interessante do mundo dos videogames e da tecnologia em geral é como um lançamento pode impactar os planos de outras empresas. Este foi o caso do Game Boy, feito pela Nintendo, que de acordo com Satoru Okada, ex-chefe do Departamento de R&D1 da Nintendo, teve o Microvision como inspiração.
A Big N pegou as limitações do aparelho da Milton Bradley Company e criou seu console 8-bit, que trouxe jogos como Super Mario Land, Pokémon Red & Blue e The Legend of Zelda: Link's Awakening. E apesar de ser considerado tecnologicamente inferior aos concorrentes, como o Atari Lynx, se tornou um ícone cultural dos anos 90, sendo um dos aparelhos mais conhecidos da época.
Com tamanho sucesso, a Nintendo optou por lançar uma nova versão do console em 1998, batizada de Game Boy Color. Como o próprio nome diz, o GBC era uma reformulação quase idêntica ao anterior, porém contava com uma tela colorida e não mais monocromática, além de ser totalmente compatível com os jogos de seu antecessor.
O jogo mais vendido da versão Color foi Pokémon Crystal, versão aprimorada de Gold e Silver. Até hoje um dos maiores fenômenos dos consoles portáteis.
Game Boy Advance – 2001
Dando sequência ao sucesso do Game Boy e Game Boy Color, a Nintendo lançou em 2001 o Game Boy Advance, um console portátil 32-bit que expandiu as possibilidades dos aparelhos do gênero com ainda mais potência. Entre seus títulos de estreia tivemos Castlevania: Circle of the Moon e Tony Hawk's Pro Skater 2, mas futuramente o console recebeu Harvest Moon: Friends of Mineral Town, The Legend of Zelda: The Minish Cap e Final Fantasy Tactics Advance, porém, nenhum título foi páreo para Pokémon Ruby e Sapphire, jogos que estrearam a terceira geração da franquia de venderam juntos mais de 16 milhões de cópias.
O GBA também foi um sucesso, com melhorias de conectividade e tela em relação aos anteriores.
Nintendo DS – 2004
O Nintendo DS é um dos consoles portáteis que mais venderam em toda a história, chegando a rivalizar com os principais aparelhos de mesa. Com mais de 154 milhões de vendas, aparelhos deu continuidade para a tradição da Nintendo de dominar o mercado de portáteis, tanto que muitos dos jogos mais amados da história da Big N são títulos de DS, como The Legend of Zelda: Phantom Hourglass e os remakes Pokémon Heart Gold & Soul Silver.
Com duas telas, com a inferior sendo sensível ao toque, o Nintendo DS trouxe diversas tecnologias que davam profundidade a gameplay. Muitos títulos fizeram bastante uso do touchscreen, onde jogadores poderiam usar a caneta stylus ou seus dedos para organizar seu inventário, usar mecânicas de gameplay únicas e muito mais.
O console ainda recebeu as versões Nintendo DS Lite, Nintendo DSi e Nintendo DSi XL.
PlayStation Portable (PSP) – 2004
Lançado como uma aposta da Sony no mercado de consoles portáteis para competir com o Nintendo DS, o PSP chegou ao público em 2004 como uma opção “mais adulta” do que o seu concorrente. Com jogos como God of War: Ghost of Sparta e Grand Theft Auto: Vice City Stories, o console possuía gráficos semelhantes aos do PlayStation 2 e um tela widescreen para aproveitar os títulos da Sony em qualquer lugar.
O PlayStation Portable vendeu muito bem, entre os 80 e 82 milhões de unidades, mas alguns elementos frearam que o aparelho tivesse mais jogos disponíveis. Isso porque ele trazia diversos elementos proprietários, como os discos UMD(mídia do PSP) e os Memory Sticks (expansores de memória), que afastaram algumas desenvolvedoras e jogadores, que não tinham como comprá-los e com isso a Sony viu a Nintendo dominar esta geração de consoles portáteis.
O console também recebeu as versões PSP Go e PSP Street.
Nintendo 3DS – 2011
O Nintendo 3DS trouxe aos jogadores tudo que o seu antecessor de 2004 já contava, mas com muitas melhorias e atualizações para adaptá-lo a oitava geração, como um control stick (analógico) e um efeito 3D para ser usada durante a gameplay. Além disso, o console também trouxe atualizações para ser mais ergonômico, com telas ligeiramente maiores e menos pesado do que o DS.
Foi no 3DS que a franquia Pokémon passou por uma verdadeira revolução em diversos pontos, como customização de personagens e exploração da região. Outro ponto interessante é que o aparelho foi o primeiro dentre os consoles portáteis da Nintendo a ser traduzido integralmente para o português.
O console ainda recebeu as versões Nintendo 3DS XL, Nintendo 2DS, New Nintendo 3DS, New Nintendo 3DS XL e New Nintendo 2DS XL.
PlayStation Vita (PS Vita) – 2011
Sucessor do PSP, o PS Vita chegou ao mundo entre os anos de 2011 e 2012, com muitas evoluções e novidades no segmento de consoles portáteis. Além da adição de um analógico direito, o aparelho contava com uma tela OLED sensível ao toque, uma qualidade bem acima do visto no mercado (e isso até os dias de hoje).
O Vita tinha a potência similar ao primeiro Xbox, algo bastante significante entre os consoles portáteis, e que possibilitava até mesmo jogos que utilizavam realidade aumentada e também rodar jogos de PlayStation 4 via Remote Play, streaming local da Sony que tornava o aparelho similar ao Nintendo Wii U. Entre seus principais jogos estão títulos como Uncharted: Golden Abyss, Street Fighter x Tekken, Persona 4 Golden e uma versão própria da Mortal Kombat (2011) que utilizava o touchscreen durante a gameplay.
Nintendo Switch – 2017
Um dos grandes aparelhos da história recente, o Nintendo Switch foi lançado em 2017 e é considerado o primeiro console híbrido da história, muito além dos consoles portáteis. Isso porque apesar de ser feito principalmente para ser jogado em qualquer lugar, tem a possibilidade de conectar o módulo portátil em uma base para jogar na TV.
Ele recebeu grandes jogos como Animal Crossing: New Horizons, The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom e Super Mario Odyssey. Com mais de 129 milhões de unidades vendidas, o console híbrido foi um enorme sucesso, assim como os Joy-Cons, novos controles que tornaram a gameplay diversa por poder serem retirados do console (apesar de um problema crônico de drifting), mais uma inovação no mercado de consoles portáteis.
O Nintendo Switch também ainda recebeu a versão Lite, apenas portátil com Joy-Cons não removíveis, e a OLED, com uma tela superior em tamanho e qualidade. Apesar de iniciar uma era híbrida entre os consoles portáteis, começando a abandonar a premissa de ser exclusivamente independente, o aparelho vale a citação por ser revolucionário.
Steam Deck – 2022
Assim como o Nintendo Switch, o Steam Deck divide opiniões sobre ser ou não parte da lista de consoles portáteis, mas o motivo disso é bem simples: o aparelho é um PC. Rodando o SteamOS, sistema operacional baseado em Linux, o “PC portátil” consegue rodar maioria dos jogos disponíveis na plataforma da Valve de uma forma que os jogadores podem explorar diversos títulos onde e quando quiserem.
Lançado em 2022, o aparelho traz dois analógicos e dois trackpads que podem ser utilizados para emular os movimentos do mouse no PC. Assim como os controles tradicionais, também há direcionais e botões A, B, X e Y.
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