Análise | Spider-Man: Miles Morales

Análise | Spider-Man: Miles Morales

Quando a Insomniac Games lançou Marvel's Spider-Man em 2018 foi o suficiente para eu querer mais jogos do universo do amigo da vizinhança. Diversas ideias sobre histórias e novos jogos preencheram a minha cabeça durante dias, afinal, o Homem-Aranha é o meu herói favorito. E não sei vocês, mas eu precisava de um jogo com o Miles Morales após terminar Spider-Man.

Até que em 2020 a Sony me surpreendeu durante a primeira conferência sobre os jogos de PlayStation 5. Spider-Man: Miles Morales foi anunciado e chegaria… no final do ano! Eu já não tinha estrutura ali, o anúncio gerou diversas expectativas em mim e finalmente eu poderia jogar mais um jogo da série Spider-Man em poucos meses. Desenvolvido pela Insomniac Games, Marvel's Spider-Man: Miles Morales será lançado no dia 12 de novembro exclusivamente para PlayStation 4 e PlayStation 5. 

Esta análise só foi possível graças a uma cópia que foi cedida, gentilmente, pela PlayStation Brasil.

Análise | Spider-Man: Miles Morales

Nova York continua linda

A cidade que nunca dorme continua linda e viva em Spider-Man: Miles Morales. Durante toda a história acompanhamos Miles nas ruas de Nova York. Após os eventos de Spider-Man, Miles precisa salvar a cidade enquanto se acostuma com os seus novos “presentes”, seus poderes. Diferente de Peter em Spider-Man, que já o conhecemos com os poderes há um tempo, com Miles eu senti que eu estava descobrindo os poderes e se adaptando junto com ele. No game, Miles está ainda está se acostumando com a sua nova realidade e tudo é muito novo para ele. Sentimos de verdade o que o personagem sente, cada insegurança, cada medo, cada superação. Tudo isso me fez criar um elo muito rápido com o personagem.

A campanha já começa com uma missão de tirar o fôlego e deixa qualquer jogador feliz. Um verdadeiro espetáculo visual e situações que faz um carinho no seu coração de fã. Durante as missões, vemos Miles desenvolvendo os seus poderes elétricos e descobrindo mais poderes ao longo da história. 

Miles conta com a ajuda do seu amigo Ganke, o herói tem acesso aos crimes e diversas atividades que precisa realizar em toda a cidade. Diferente de Spider-Man que os crimes e atividades se encontravam no mapa, em Miles Morales tudo isso é feito através de um aplicativo. 

O tempo de campanha varia entre 7 e 10 horas, como a Insomniac Games já tinha informado. Esse tempo pode variar ao fazer missões secundárias, atividades, crimes, coletáveis e troféus no game.

Análise | Spider-Man: Miles Morales

Gameplay cativante e acessível

A jogabilidade do game é muito similar da jogabilidade de Spider-Man. O gameplay continua intuitivo e gostoso de jogar. A performance no PlayStation 4 Pro está bem estável e bem otimizado no console. Em poucas vezes que eu morri, o loading foi bem rápido.  

Um dos pontos positivos do game é, sem dúvida, a sua trilha sonora. A Insomniac Games já tinha feito um trabalho excelente na trilha sonora de Spider-Man e isso se repete em Spider-Man: Miles Morales. Enquanto você anda (voa pelos prédios) de Nova York, combate crimes, a trilha sonora com diversas músicas de hip hop dá o toque final no gameplay. Além das músicas, Miles Morales também é um ouvinte fiel de podcasts. Diversas vezes me peguei explorando a cidade só para ouvir podcast. Em relação a dublagem posso dizer que segue o mesmo padrão de qualidade do que o primeiro jogo da série Spider-Man, o jogo está dublado e legendado em português do Brasil.

Conforme o jogador vai progredindo, ele poderá gastar os seus pontos na árvore de habilidades. As habilidades são divididas em três categorias: combate, venom e camuflagem.

E o que falar dos trajes? Depois que a desenvolvedora divulgou o traje de Aranhaverso eu fiquei bem animada. O traje é bem fiel a animação. Além disso, o game traz uma lista com bastante trajes para o jogador coletar. Cada traje exige um número específico de recursos ou missões. Miles Morales também pode realizar aprimoramentos em seus dispositivos, como em Spider-Man. 

O recurso de viagem rápida também está disponível em Miles Morales e sim, o personagem utiliza o bom e velho metrô para rodar a cidade. O modo foto também está de volta e foi aprimorado, nele você encontra diversas molduras e recursos de edição. 

Quando eu fiz o review de The Last of Us: Part II, eu achei incrível o modo de acessibilidade do game. Felizmente eu posso contar que em Spider-Man: Miles Morales isso está de volta! O game conta com diversas opções adicionais para ajustes visuais, sonoras e motoras. As configurações incluem a narração das legendas em linguagem de sinais, algo inédito. 

Enquanto em Spider-Man o modo Novo Jogo+ demorou um pouco para ficar disponível, em Miles Morales o modo já fica disponível após completar pela primeira vez a campanha.

Análise | Spider-Man: Miles Morales

Spider-Man: Miles Morales é o jogo que veio na hora certa

É legal você se surpreender positivamente com um jogo que você já estava esperando. Porém, Spider-Man: Miles Morales me fez sentir a importância da representatividade nos jogos. É muito lindo ver que várias crianças poderão jogar com um personagem que, talvez pela primeira vez na vida elas se identifiquem e isso é maravilhoso e necessário. Existe uma frase no final do game que me fez chorar e perceber como a representatividade é importante. O Miles foi um dos heróis mais humanizados que eu já vi nos games e se tratando de heróis, sabemos que é difícil essa humanização sendo explorada nos personagens. 

Durante o gameplay eu não senti a hora passar, mesmo o jogo sendo curto. O que mais senti falta no game foi o desenvolvimento de alguns personagens, assim como missões secundárias focadas na história. Porém, o que mais me deu vontade ao zerar pela primeira vez Spider-Man: Miles Morales foi ver o Miles e Peter juntos, durante todo o game. E torço para que a Insomniac Games esteja considerando essa ideia.

Spider-Man: Miles Morales é aquele jogo que você entende a mensagem que ele passa e acima de tudo cria um elo entre o jogador e o protagonista. Com uma duração curta, o game consegue te entreter e te segurar por horas seguidas e abre caminho para mais histórias a serem contadas. O game não é perfeito, mas consegue fazer o seu papel de forma excelente e divertida.

Letícia Höfke
Letícia Höfke

Sou jornalista, escritora e completamente apaixonada por tudo que envolve o universo geek. Twitter e Instagram: @leticiahofke