Com o visto especial, jogadores profissionais estrangeiros terão mais facilidade de atuar na França caso sejam contratados por equipes do país
Nesta terça-feira (17), o governo francês anunciou que irá criar um visto especial para atletas de esports. Desse modo, jogadores que já são profissionais estrangeiros terão mais facilidade para atuar na França caso sejam contratados por equipes do país. Amélia Oudéa-Castéra, Ministra dos Esportes, anunciou a publicação de uma instrução interministerial, que permite a utilização do passaporte de talentos para desportistas de alto nível, auxiliando a contratação de estrangeiros por parte de times franceses.
Os jogadores podem solicitar o visto dedicado a “talentos” para competir na França. Antes, isso só era possível através dos visto de turismo ou trabalho.
A França está planejando construir um “ecossistema nacional de esports” de modo a regular a indústria. O anúncio está sendo aguardado para o verão europeu – ou seja, junho de 2023. O plano inclui apoio a práticas amadores, remoção de obstáculos ao esporte e a realização de grandes eventos.
Confira a imagem postada por Amélie Oudéa-Castéra nas redes sociais:
- Lançar uma missão para pré-configurar uma estrutura de direção para a estratégia nacional de esports envolvendo atores públicos e privados;
- Promover o acompanhamento e desenvolvimento da prática nos territórios de forma responsável, legível e colegial;
- Fortalecer o dinamismo da França e sua atratividade por meio da publicação de uma instrução interministerial permitindo o uso do passaporte de talentos “renomado internacionalmente” para esportes eletrônicos de alto nível;
- Constituir um comitê de licitação responsável por desenvolver e apresentar um projeto na primavera de 2023 para sediar, na França no final de 2024, a Semana de Esports Olímpicos.
Em 2022, Emmanuel Macon já havia falado que desejava transformar a França em uma “grande nação de esports” e declarou que pretende trabalhar para que os esports tenham conexão com as Olimpiadas de Paris 2024.
Na ocasião, o político se mostrou interessado em receber, no mesmo ano dos jogos olímpicos, alguns dos maiores campeonatos mundiais de League of Legends (Worlds), Counter-Strike: Global Offensive (Major) e Dota 2 (The International). “Eu não esqueço dos esportes eletrônicos. Outra área de excelência da França, com equipes como Team Vitality ou Karmine Corp. Temos uma oportunidade histórica: a dos Jogos Olímpicos de 2024. Cabe a nós aproveitá-la para fazer uma ligação entre as Olimpíadas dos dois mundos e sediar os maiores eventos esportivos do mundo naquele ano: um Major de CS:GO, o Mundial de League of Legends e o The International de Dota 2”, disse Macron em entrevista, mostrando estar por dentro do cenário francês de esportes eletrônicos ao citar duas organizações de esports.
O Comitê Olímpico Internacional organizou a “Semana de Esports Olímpicos”, que será disputada na França ao mesmo tempo das Olímpiadas. No entanto, ainda não temos informações mais detalhadas sobre o evento.
Lembrando que estamos apenas a três meses do BLAST.tv Paris Major, principal torneio de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e o primeiro major de 2023. O campeonato será disputado entre 8 e 21 de maio deste ano e contará com 24 equipes participantes. É o primeiro mundial de CS:GO com premiação acima de US$ 1 milhão e o primeiro major feito pela BLAST.
Na última quinta-feira (12), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), declarou que a cidade reconhece os esports como uma importante modalidade de esporte. Ele também anunciou a criação de uma coordenaria para o setor, diretamente ligada ao gabinete do prefeito, para transformar o Rio na “capital mundial dos esports”. A declaração foi feita em seu Twitter oficial após reunião com representantes do mercado de campeonatos de games.
A polêmica sobre considerar ou não esports como esporte aconteceu depois que a Ministra do Esporte, Ana Moser, declarou em entrevista ao UOL que não considera os esportes eletrônicos como uma modalidade esportiva de verdade e que por isso, não irá investir no segmento. Ela, que é ex-jogadora de vôlei, comparou o treino de atletas de esportes eletrônicos ao da cantora Ivete Sangalo e afirmou ainda que as competições fazem parte da indústria do entretenimento, assim como a música.
Seu posicionamento gerou bastante repercussão e estrelas do cenário de esports se posicionaram sobre o caso, como Casimiro que afirmou que o comentário da ministra é grosseiro, grotesco e arcaico. Segundo ele, Ana Moser pode ter sua opinião, mas não deve desconhecer ou minimizar o mercado. Ao justificar sua posição, diz Casimiro, a ex-jogadora de vólei revelou desconhecer o que são os esports de fato.