Vilões marcantes
“Sou mau e isso é bom, nunca serei bom e isso não é mau. Não quero ser ninguém além de mim”. Essa frase veio do filme Detona Ralph, você conhece? Produzida pela Disney, a animação é uma grande homenagem ao mundos dos videogames e sua trama se passa toda no universo de um fliperama.
No filme, conhecemos Ralph, o protagonista, que é o grande vilão do jogo Conserta Félix Jr. Contudo, ele está cansado de ser desprezado pelos personagens de seu jogo por ser um vilão e, para ganhar a atenção e admiração de todos, sai em busca de uma medalha em outros games do fliperama para provar que pode sim ser herói e que os vilões também podem ser admirados.
Pois é, Ralph, eu concordo, porque, sem os vilões, a história não aconteceria, né? Eles são tão importantes para a narrativa quanto os heróis bonzinhos, e são eles que movimentam a trama. Além disso, todo herói que se preza tem que enfrentar um bom vilão.
Muitas vezes, esses personagens são tão marcantes que se tornam inesquecíveis, como é o caso do Coringa, o principal inimigo de Batman, Darth Vader, o grande vilão de Star Wars, ou do Loki, o cruel irmão do Thor. São inúmeros os exemplos na cultura pop de vilões que, às vezes, chamam mais atenção dos fãs do que o protagonista e conquistam o público ao redor do mundo, mesmo cometendo atrocidades. É verdade que eles deixam a vida do herói mais difícil, mas a nossa fica muito mais divertida.
Os vilões no mundo dos games
Nos games, é necessário que haja um bom vilão para fazer jus à jornada dos protagonistas. O que seria de Link sem Ganondorf? Mario sem Bowser? Sonic sem Robotnik? Muitos vilões dos videogames se tornaram icônicos, seja por seu carisma, por sua história ou por serem uma pedra no sapato do jogador que só quer zerar o jogo.
Nessa lista aqui, você pode conferir alguns dos mais famosos vilões dos games.
A vilania de Donkey Kong
Um vilão que fazia sucesso nos arcades era Donkey Kong. Pois é, antes de Bowser, Mario – ainda chamado de Jumpman – tinha como inimigo o Donkey Kong, o macaco mais famoso da Nintendo. O gorila foi criado em 1981 pelo mestre Miyamoto, e o encanador de bigodes precisava salvar a amada – ainda não era a princesa Peach e sim Pauline – que havia sido sequestrada por ele. O jogo levava o nome de Donkey Kong e foi um dos primeiros exemplos do gênero plataforma, mudando o destino da Nintendo e abrindo caminho para empresa no mercado americano, que era tomado por empresas como Namco, Taito e Atari.
Donkey Kong foi um fenômeno e marcou uma geração de pessoas nos arcades dos anos 80. O game fez um sucesso estrondoso e está na memória de muita gente que, na infância, passava horas no fliperama, gastando dinheiro com fichas para ter acesso ao que, na época, havia de mais avançado no mundo dos games.
Origem do nome
Em suas primeiras aparições, Donkey Kong tinha uma aparência cruel, uma mistura entre Brutus de Popeye e King Kong, além de um olhar amedrontador. Miyamoto, no entanto, não queria nada de muito mau ou repulsivo. O jeito abobalhado foi adicionado para chamar atenção do público americano – o que funcionou.
O nome dele surgiu quando Miyamoto estava procurando, em um dicionário de inglês, alguma palavra que desse a sugerir que o gorila era meio estúpido; ele acabou encontrando a palavra Donkey, que significa burro ou estúpido.
Nintendo processada pela Universal Studios
Uma curiosidade interessante é que em 1982, a Universal Studios processou a Nintendo por achar Donkey Kong parecido com King Kong. O advogado John Kirby, que representava a empresa, argumentou que King Kong era de domínio público e chegou a utilizar declarações de um caso anterior do estúdio para embasar sua defesa. A Nintendo ganhou, é claro, e o processo não deu em nada.
Nasce um herói
Depois de um tempo, quem foi promovido a principal mascote da empresa foi o Mario, enquanto o Donkey Kong ficava limitado a papéis coadjuvantes. Porém, DK deixou seu passado como vilão de lado para surgir totalmente recuperado como um herói em Donkey Kong Country.
Em alguns dos títulos da série, a Nintendo afirma que aquele vilão que sequestrava donzelas e enfrentou o Jumpman é Donkey Cranky Kong, o pai – ou às vezes, avó – do Donkey Kong que conhecemos hoje. Não significa dizer que ele é totalmente bonzinho e não tenha um passado sombrio: ainda levando o “júnior” no sobrenome, ele era o macaquinho que tacou o terror em Donkey Kong Jr e correu nas pistas de Super Mario Kart. Foi em 1994, que Donkey Kong atingiu a maturidade e passou a usar o nome atual.