Street Fighter: personagens com histórias épicas (Parte 2)

Street Fighter: personagens com histórias épicas (Parte 2)

Este artigo é uma continuação da primeira parte onde abordamos outros personagens de Street Fighter com histórias épicas. Confira a Parte 1 aqui.

10 – Blanka

E já que Street Fighter II tem representantes de vários países, o Brasil acabou sendo contemplado com o amazonense Blanka, um homem-fera da selva amazônica que tem a capacidade de gerar eletricidade nos inimigos.

Inicialmente, ele foi concebido para ser africano e seu nome seria Anabebe, com a premissa semelhante a do “Mogli, o Menino Lobo“, em que um humano sobrevive a uma floresta desde que era neném. Nesse meio tempo, houve o lançamento do Final Fight e o chefe da primeira fase era um vilão semelhante ao conceito inicial do personagem que veio a ser o Blanka, e aí resolveram mudar.

Um segundo esboço era de um homem grandão chamado “Hammer Blanka“, mas os desenvolvedores mudaram de ideia por acharem que um jogo de luta só com humanos poderia ficar sem graça, aí  fizeram um terceiro conceito: desta vez inspirado no personagem Gorillaman do mangá Tiger Mask, resultando no Blanka que conhecemos. Por fim, eles achavam que as cores e o conceito dele combinavam mais com o nosso país, e por isso sua nacionalidade foi mudada para brasileira. Apesar da aparência animalesca, ele continua sendo um humano.

Sua história envolve ter sobrevivido na floresta amazônic após um acidente de avião enquanto ainda era bebê e sendo “adotado” por um grupo de tigres. Apesar de não ter desenvolvido inteligência racional e ter sofrido mutações que o distanciam de um humano, ele continua tendo inteligência emocional e sentimentos, sendo dócil, pacífico, e adorar amigos e crianças.

Blanka entrou na competição de Street Fighter II só por gostar de lutar. No entanto, seu final é um dos mais emotivos, já que a mãe dele o assiste na televisão e o reconhece por conta de uma tornozeleira que ele veste desde quando foram afastados. Ela entra em contato e revela que o nome verdadeiro do Blanka é Jimmy, e após os eventos de SFII, o personagem “volta à família”. Ao longo dos games, o homem selvagem vai aprendendo a se comunicar melhor com os humanos.

Sua jogabilidade também é apreciada pelos mais casuais graças a força bruta e seu longo alcance, além de ter um estilo diferente dos demais justamente por ser um “homem-animal”. Todos seus movimentos foram pensados em serem imprevisíveis, tanto na aparência, quanto em seus ataques. Ele pula muito rápido, pode fazer ataque giratório e tem o “Electric Thunder”, que é seu ataque mais famoso que dá choque nos oponentes. Curiosamente, ele consegue desviar o Tiger Shot do Sagat simplesmente caminhando.

  • Seu nome, “Blanka”, significa “Branco” na língua Esperanto;
  • É o personagem favorito de Yoshinori Ono, um dos principais desenvolvedores de Street Fighter;
  • Segundo Ono, o personagem já foi criticado em diversos canais do mundo inteiro por passar uma impressão errada do que é o Brasil e a Amazônia, sendo algo questionado até mesmo pela Capcom Brasil. Paradoxalmente, também há informações de que ele é um dos mais populares entre os brasileiros;
  • Blanka nasceu no dia 12 de fevereiro para remeter ao cientista Charles Darwin e sua teoria da evolução das espécies;
  • Seu tema em Street Fighter 6, Zilra Zilra, homenageia estilos musicais brasileiros, como samba e funk;

9 – Laura

E já que falamos em brasileiros, a Laura Matsuda é outra personagem popular que representa nosso país, sendo que seu sobrenome vem por ser descendente de japoneses.

Assim como aludimos quando falamos do Blanka, ela foi proposta pela Capcom Brasil durante o desenvolvimento do Street Fighter V, alegando que o homem selvagem não representava corretamente o país e que, apesar de sua popularidade, faltava alguém que remetesse de modo “mais próximo o possível” os brasileiros.

Os conceitos iniciais da Laura eram mais sexualizados, mas a equipe brasileira encorajou os desenvolvedores a acharem um “caminho do meio”, prondo que ela fosse sensual sem ser vulgar, chegando à personagem que conhecemos hoje. Já o fato de usar eletricidade é uma anedota dos desenvolvedores com o próprio Blanka, como se “os brasileiros fossem “capazes de dar choques elétricos”.

Sua história começa com seu avô no fim do século XIX, quando o maior mestre de Senjutsu do Japão, Kinjiro Matsuda alcança enorme popularidade no continente asiático, mas após um período decide se afastar das lutas para levar uma vida mais pacata. Mesmo assim, ele era constantemente desafiado por lutadores da Ásia, deixando-o angustiado já que queria dedicar seu tempo a esposa e seus filhos, e querendo ter uma nova vida, acaba aceitando o convite de um amigo para morar em São Paulo, no Brasil, na época da imigração japonesa no início do século XX.

Em nosso país, Kinjiro funda um estilo de luta chamado “Matsuda Jiu-Jitsu“, sendo uma tradição perpetuada até os dias de hoje. Já seu filho, Yuichiro, casa com uma brasileira chamada Brenda, e eles têm três filhos, sendo a Laura a do meio. Perpetuando a tradição da família, Laura aprende as técnicas de luta, mesclando também com a capoeira e outras artes.

Descrita como uma personagem hiperativa, boêmia e que cria vínculos emocionais muito facilmente. Ela tem um carinho especial pelo seu irmão mais novo, Sean, a quem protege em todos os momentos, e também admira o mais velho, Fábio.

Considerada mais uma boa personagem em questões de gameplay, ela tem seus movimentos baseados nos combates ocidentais e orientais, sendo ágil e com boa jogabilidade. Seu golpe “Spin Hold” faz ela agarrar um oponente, girá-lo e jogá-lo no chão.

  • Ela é a primeira mulher brasileira a participar da série e a terceira jogável. Antes dela, seu irmão Sean havia aparecido em Street Fighter III: New Generations;
  • Laura é seis anos mais velha que Sean;
  • Gosta de vôlei;
  • Quando usa ataques elétricos, ela sempre gera atrito com seus cabelos.

8 – Sakura

E se a Laura vem para representar nós, brasileiros, a Sakura Kasugano exerce a mesma função com a “terra do sol nascente”, sendo a típica garota das escolas japonesas que vemos em animes, em especial os shoujos. Ela aareceu pela primeira vez em Street Fighter Alpha 2 e tem uma grande admiração pelo Ryu, querendo copiar muitas de suas técnicas.

Sakura foi dealizada por Akira “Akiman” Yasuda, que entrou para a equipe de desenvolvimento do game bem no início da produção. Segundo ele, os desenvolvedores só queriam a inclusão de personagens “legais e estilosos”, removendo todos aqueles que passaram pela série que não eram considerado “tão bons assim”. Ao criar a Sakura, a equipe inicialmente rejeitou a personagem, deixando Akira bem chateado. No entanto, o chefe do projeto acabou vendo-a na mesa de rascunho de Yasuda e ordenou a equipe que a incluíssem.

Seu design inicial teria um outro kimono conhecido como “hakama“, mas acabou sendo trocado pelo uniforme de marinheiro em homenagem ao desenho Sailor Moon. Já sua idade, 16 anos, veio porque há uma crença de que as garotas têm maior habilidade física nessa idade.

Pouco se sabe sobre seu passado, sendo que as únicas informações disponível são de que ela viu o Ryu lutando um dia enquanto estava indo à escola, admirando-o logo “de cara”. Após sofrer bullying na escla quando um rapaz roubou seu videogame portátil, aliado ao fato de que outro estava importunando uma de suas amigas, ela decidiu virar uma lutadora assim como seu ídolo.

Quanto a personalidade, Sakura é descrita como positiva, alegre, focada, carismática, meio “molecona” e brincalhona, até mesmo um pouco infantil e ingênua. A admiração por Ryu é por ele ser muito bom nas artes marciais, não aparentando ser um interesse amoroso, mas sim idolatrando-o e se espelhando nele como uma fã.

Como é de se supor, os movimentos dela são semelhantes ao do Ryu, mas não iguais, sendo um pouco menos fortes, só que mais ageis e com maior quantidade de combos. Entre suas habilidades conhecidas como “Shotokan”, estão um “shoryuken correndo”; um “tatsumaki em pulo”, e um hadouken menos poderoso que pode ser carregado para mais danos em curtas distâncias. Por ser uma “principante”, ela é indicada para jogadores mais treinados que querem superar os próprios desafios utilizando uma guerreira menos eficiente.

  • Ela é a única personagem que tem uma música cantada, sendo esta em japonês com o título “Kono Omoi o Tsutaetai“. A cantora é Yuko Sasamoto, que também dubla a personagem e, além do Street Fighter Alpha 2, a música tema também aparece em Super Street Fighter 4;
  • A personagem também é a única mulher a usar a técnica “Satsui no Hado“, popularizada pelo Akuma;
  • Segundo o diretor de Street Fighter V, Takayuki Nakayama, o uniforme da personagem é simplesmente uma “roupa de batalha” e que não necessariamente ela permanece como uma estudante de ensino médio. Atualmente, ela está na universidade querendo ser professora, e trabalha em meio-período em lojas de fliperamas;.

7 – Kimberly

Uma das mais recentes, Kimberly Jackson surgiu em Street Fighter 6 e, em pouco tempo ,se tornou uma das favoritas. A afro-americana é uma aluna de Guy e, portanto, tem um estilo de luta baseado na arte ninja.

O designer Kaname Fujioka disse que ela foi pensada em ser uma “sucessora da Chun-Li para uma nova geração de fãs de Street Fighter”. A equipe de desenvolvimento conversou com vários funcionários negros dentro da Capcom e também fez diversas pesquisas para que a personagem remetesse, ao máximo, uma afro-americana. Além disso, os desenvolvedores buscaram que ela fosse a “mais criativa o possível”, misturando o estilo ninja de Guy com os trejeitos da comunidade negra dos Estados Unidos.

Por essa razão, sua personalidade é muito “alto astral” e ela ama toda a arte e músicas dos anos de 1980. Garota prodígio, ela graduou no ensino médio com menos idade que seus colegas de classe. Já seu objetivo é encontrar seu pai, Gen Jackson, e seu tio, Albert Jackson, que desapareceram após um acidente.

Seu gameplay é centralizando em velocidade, sendo uma das mais ágeis de toda a franquia, tendo também uma gama bem grande de movimentos e habilidades, tornando-a versátil. Ela possui bombas de shuriken para atirar a distância, três tipos de chutes, movimento “bomba de fumaça” para teletransporte, e três ataques especiais.

  • Seu sobrenome é uma homenagem a cantora Janet Jackson;
  • O toca fitas k7 da personagem é uma referência ao Walkman TPS-L2 da Sony, muito popular na década de 1980 e 1990;
  • Seu tio, Albert Jackson, tem seus traços inspirados no ator Morgan Freeman;
  • Kimberly têm semelhanças com a Raven da série Tekken, incluindo serem mulheres negras que dominam a arte ninjutsu.

6 – JP

O mais novo antagonista da série Street Fighter surgiu no sexto capítulo da saga principal e é líder de um grupo terrorista chamado “Amnesia“.  Usando diferentes apelidos para encobrir suas atividades ilegais, ele é mais conhecido pelos jogadores sob o pseudônimo de “JP”.

Apesar de ter uma idade mais avançada, ele tem um corpo bem trabalhado e não sofre nenhuma desvantagem perante aqueles mais novos que ele, sendo um mestre na arte marcial “Baritsu“, que mistura diversos estilos ao redor do mundo.

A ideia de vir um novo antagonista veio para dar um “frescor” à série Street Fighter. Já o personagem em si teve diversas inspirações, incluindo o Sherlock Holmes, que em uma das adaptações foi equivocadamente dito que ele dominava o “Baritsu”; a aparência e voz do ator Christopher Lee, famoso por interpretar antagonistas no cinema; e o nome pode ter vindo de John Pierpont P Morgan, um banqueiro que dominou as finanças dos Estados Unidos no final do séculos XIX, e um dos homens mais ricos do mundo de sua época.

Talvez por isso que sua história sob a organização Amnésia seja obscura. Sabe-se que JP era líder das finanças da Shadaloo antes dela entrar em colapso. Outra informação é de que seus poderes psíquicos também vieram no momento em que ele estava por lá, mas nada além disso.

JP é o típico vilão “duas caras”, pois demonstra ser muito educado e refinado como líder da ONG Terra Network Partness, mas “por dentro” é cruel e sádico. Ele também se diferencia do Mr.Bison por não demonstrar todas as suas intenções, portanto nem os personagens e nem os jogadores ficam sabendo de tudo que se passa dentro dele.

O gameplay é centrado no estilo de luta Baritsu aliado a poderes psíquicos, podendo invocar portais, espinhos e espectros para ajudá-lo durante a batalha, além de teletransportes. Toda sua jogabilidade envolve controlar o espaço ao seu redor com a força da mente,  sendo o típico personagem escolhido por aqueles que gostam de atacar a distância, mas também tendo excelentes danos para as ofensivas em raio de ação menor.

  • Várias das invocações de JP fazem referência às divindades da mitologia eslava;
  • Seu nome verdadeiro é Johan Petrovic;

5 – Dan Hibiki

Primeiro aparecendo na série Street Fighter Alpha, Dan Hibiki não chega a ser um vilão, mas tem uma personalidade difícil de lidar e, por isso, ele é considerado “o pior inimigo de si mesmo”. Arrogante, excessivamente autoconfiante, estúpido, debochado e, mesmo com diversos fracassos ao longo de sua história, ele continua acreditando que é superior aos outros. Uma personalidade imatura e inconveniente, além de ter um pouco de inveja de outros personagens como o Ryu e Ken.

O personagem em si foi idealizado logo após o grande sucesso de Street Fighter II. Na época, a SNK tinha lançado o game Art of Fighting para “pegar carona” no sucesso da série de luta da Capcom, sendo um jogo tão parecido que muitos argumentam se tratar uma “cópia barata”.

Nesse título há um personagem chamado “Ryo Sakazaki“, que lutava como o Ryu e tinha as cores do cabelo do Ken. Como forma de protestar o “excesso de inspiração”, a Capcom incluiu o Dan secretamente em Street Fighter Alpha.

As aparições dele vem para ironizar os personagens do jogo concorrente, incluindo a roupa rosa, baseada no kimono do Ryo, enquanto o cabelo e expressões faciais são cópias propositais de Robert Garcia, um outro lutador. O estilo de luta também é uma paródia dos dois.

Já a história conta que seu pai, Go, era rival de Sagat e foi justamente ele quem cegou o olho direito do lutador de Muay Thai. Posteriormente, este último acabou assassinando o progenitor de Dan como vingança e, inconformado com a morte do próprio pai, Dan resolve se tornar um lutador também para se vingar de Sagat.

Dan usa um estilo de luta chamado “Saikyo”, que ele autodenomina como o “modo de batalha supremo”, misturando várias técnicas profissionais e amadoras. O que por um lado poderia ser algo bom, na prática não funciona graças a sua falta de disciplina que, aliada a uma personalidade imatura, fazem com que o lutador não consiga “ser excelente” em nada. Isso se reflete na própria jogabilidade que se assemelha a outros como dito antes, só que acaba sendo muito mais fraco do que o Ryu, Ken e até mesmo a Sakura.

Falando no gameplay, ele é indicado aos jogadores que querem testar suas habilidades e provarem que podem vencer partidas usando alguém menos eficiente. Apesar disso, ele não chega a ser o mais fraco em causar danos físicos, e em vários jogos ele é bem ágil.

  • Ao longo do games, Dan aparenta ter amadurecido, tendo um comportamento levemente mais sério durante os eventos de Super Street Fighter IV, mas sem deixar de ser uma paródia e nem uma piada;
  • O sobrenome “Hibiki” significa “Eco” em japonês, fazendo alusão a ele ser um “eco” do Ryu e do Ken em termos de jogabilidade, e possivelmente um “eco” aos personagens de Art of Fighting;
  • A roupa alternativa do Dan em Super Street Fighter IV faz referência a tribos da América do Sul;
  • Em Street Fighter IV, se o jogador vencer o Sagat utilizando o Dan, este último dirá: “Finalmente eu poderei visitar o túmulo do meu pai sem ficar envergonhado”. Essa é uma referência a fala do Guile contra o M.Bison no modo Arcade, em que ele diz “Agora posso visitar o túmulo de Charlie sem ficar envergonhado”.

4 – Chun-Li

Provavelmente a personagem feminina mais lembrada da série, a Chun-Li apareceu pela primeira vez em Street Fighter II e foi a primeira mulher jogável da série. Ela é membro da Interpol e expert em artes marciais, entrando no torneio para se vingar de M.Bison, que matou o pai dela.

A personagem foi idealizada por Akira “Akiman” Yasuda, sendo inspirada em “Tao” do filme Genma Wars: Harmagedon de 1983, incrivelmente popular no Japão. Além disso, havia um desejo de incluir uma mulher jogável e como o game foi todo idealizado para representar diversos países, ela acabou ficando com a China.

Já sua história como agente chinesa que trabalha para Interpol foi inspirada no longa-metragem de 1987 “Assassination“, que tem uma personagem chamada Charlotte “Cha-Lee” Chang, interpretado pela atriz Jan Gan Boyd.

Akiman teve dificuldades em finalizar o visual da Chun-Li, tendo várias artes conceituais descartadas até chegar a um meio termo entre ser sexy, mas convencendo que é uma lutadora profissional. Já seu nome significa “Bela Primavera” em Mandarin, e a pronúncia correta é “TchuÉn-Lí” e não “Xum-Lí” como nós falamos.

Curiosamente, a idealização dela em Street Fighter II veio logo no início do desenvolvimento e se refletiu em todo o projeto. Originalmente, o game seguiria uma direção mais “realista” proposta no primeiro SF, o que impediria a inclusão de uma personagem feminina lutando contra diversos homens. No entanto, os desenvolvedores acreditavam que era importante ter uma mulher selecionável, e resolveram “sacrificar” o realismo para terem mais liberdade criativa.

Inicialmente, ela teria um ataque “de costas”, mas diversos testadores do beta disseram que o movimento “quebrava” o jogo e, mesmo com um desejo em mantê-lo no lançamento, ele acabou cortado devido a falta de tempo para refiná-lo.

Sua premissa envolve ela assistindo um filme do Bruce Lee quando tinha cinco anos de idade, sendo a razão pela qual ela quis praticar artes marciais. Nessa época, ela teve aulas de Tai Chi Chuan e, posteriormente, seu pai ensinou a arte Hongquan, sendo ele também o responsável por ensiná-la a usar as pernas para atacar, já que o próprio tinha o apelido de “pernas lendárias”. Querendo refinar os golpes com seus membros inferioresa, Chun-Li começou a estudar diversas técnicas, incluindo capoeira, karatê e taekwondo.

Com o desaparecimento de seu pai, ela acaba decidindo se tornar detetive, conseguindo o cargo com apenas 18 anos. Em seguida, ela entrou para a Interpol dentro da subdivisão que investigava e compatia a Shadaloo.

Quanto a jogabilidade, ela foi a primeirapersonagem rápida” da série Street Fighter, tendo ataques menos fortes quando comparado ao dos homens, mas se destacando pela alta velocidade, sendo uma espécie de “extremo oposto” do Zangief. Seu ataque mais famoso é o “Hyakuretsukyaku”, em que ela dá vários chutes em diversas direções em pouco tempo, enquanto o “Spinning Bird Kick” também é lembrado com ela girando seu corpo e “voando até os inimigos”.

Uma das mais recorrentes, Chun-Li está entre as favoritas de boa parte dos jogadores. A razão por trás de tanta popularidade pode estar associada ao fato dela ser pioneira em jogos de luta, seu estilo bastante característico, e o fato de ter personalidade forte.

  • Ela e o Ryu são os personagens que mais apareceram nos crossovers de Street Fighter;
  • Chun-Li treina diariamente fazendo 7000 agachamentos com um peso de 150 kgs;
  • Na série Alpha, ela usa um par de tênis Adidas TRX;
  • A fase dela em Street Fighter II era de manhã, mas em atualizações acabou ficando a tarde. Não há uma explicação oficial, só que o mais provável é que tenha sido uma escolha estética;
  • No desenvolvimento de seu game de estreia, o designer Yoshiki Okamoto sugeriu que ela tivesse uma barra de energia menor quando comparada a outros personagens, alegando que, via de regra, as mulheres têm menos força que os homens. No entanto, a ideia foi descartada para deixar os personagens mais equilibrados;
  • Ela sempre estava com uma arma escondida na época em que era policial, mas só a utilizava para assustar seus oponentes. Em momentos de combate, ela sempre preferiu usar seus chutes, crendo que eles são mais eficientes para resolver as situações;
  • Ela ama doces, crepes e frutas;
  • Jackie Chan já fez uma paródia de Street Fighter em um de seus filmes, sendo que ele estava interpretando a Chun-Li.

3 – Ken

Provavelmente o mais popular dessa lista junto com seu melhor amigo Ryu, o Ken co-protagonizou o primeiro Street Fighter.

O personagem foi criado por Akiman para ser o “segundo jogador” do primeiro Street, justificando o gameplay idêntico ao do Ryu, mas sendo outra pessoa. Ele tem boa parte de sua parência inspirada no herói Benny Urquidez, do mangá Square Jungle, que ganhou várias adaptações para outras mídias. Este foi escrito por Ikki Kajiwara, famoso também por “Karate Master”, sendo que este último inspirou o ataque “Hell Wheel”, em que o Ken pega o personagem e joga para trás.

Outra inspiração veio do campeão de karatê da vida real Joe Lewis, que era um americano apaixonado pela arte marcial, chegando a morar um período no Japão para estudar “a fundo” o estilo de luta e depois voltou aos Estados Unidos e se tornou campeão na modalidade. Lewis também era conhecido por usar uniformes de diversas cores, incluindo um kimono vermelho.

Já o nome originalmente seria “Yu”, sugerido pelo idealizador do primeiro Street Fighter, Hiroshi Matsumoto. No entanto, ele acabou tendo seu nome modificado para “Ken“, pois esta palavra significa “punhos” em japonês. Já o sobrenome, Masters, veio posteriormente quando a companhia de brinquedos Hasbro conseguiu o licenciamento dos personagens na época do sucesso de Street Fighter II.

Se por um lado ele veio para ser “o segundo jogador” do primeiro Street, por outro houve um esforço em deixar sua personalidade bem distante do Ryu. Por essa razão, ele é estiloso, gosta do luxo, vem de família rica, é imprevisível e mais “alto astral” também.

Ele também já demonstrou comportamento egoísta em alguns momentos, e há situações em que ele não é “muito sensível” com os sentimentos dos outros, mas no fundo tem valores nobres e sempre está pronto para lutar e superar qualquer desafio, independente do quão difícil ele pareça.

Dentre suas qualidades, há crenças em valores morais como honra, trabalho duro, disciplina e respeito pelos rivais. Além disso, ele também é conectado a família, exercendo um papel mais sentimental que diveros outros personagens na hora de decidir o que deve fazer.

Nascido no Japão, Ken é filho de mãe americana e pai japonês. Originalmente de cabelos escuros, durante sua pré-adolescência ele resolveu pintar o cabelo de loiro, e nessa época também se envolveu  com más companhias e se tornou um deliquente, refletindo também os “poucos cuidados” que seus pais tinham com ele por estarem ocupados com outras preocupações. Seus pais chegaram ao ponto de quase se divorciarem, mas acabaram se unindo ao perceber que o Ken estava “indo para o mal caminho” e que precisavam ficar juntos para darem uma “boa direção ao filho”.

Um pouco após Ken completar 12 anos, o pai dele resolveu enviá-lo para treinar karatê com um misterioso mestre chamado Gouken. Chegando lá, o futuro lutador conheceu o Ryu, que morava com o mentor desde a infância, mas diferente deste que seguia as ordens de seu superior sem questionar,  Ken questionava de modo bem agressivo as metodologias exaustivas de treino. Com o tempo, acabou entendendo que esse era o caminho a ser seguido, e aprendeu a admirar e respeitar o mestre Gouken.

Quando ambos estavam com 23 anos, Gouken disse que os dois estavam crescidos e já tinha ensinado tudo que podia. Em seguida, Ken viaja para os Estados Unidos com sua família para competir em torneios de artes marciais, enquanto Ryu vai sozinho para a Thailândia com o objetivo de enfrentar Sagat, que é definido como o mais forte lutador do mundo.

Durante o primeiro Street Fighter, a sua jogabilidade era literalmente uma cópia do Ryu. A partir de sua sequência que houve uma preocupação em “distanciá-lo” de seu melhor amigo, porém sem descaracterizá-lo, e por isso seu estilo de combate foi modificado para ser um pouco mais rápido, porém menos forte, além de algumas habilidades inéditas como arremessos de judô.

Ao longo dos games também houve uma preocupação em definir qual movimento os jogadores conectariam com o personagem, e por isso ficou decidido que o Ryu teria mais habilidades com o “hadouken”, enquanto o Ken focaria nos “shoryukens”. Os dois personagens têm ambas as habilidades, mas os especiais vistos em jogos posteriores usando versões “apelonas” desses movimentos remetiam a cada um deles.

  • Ken esteve jogável em todos os jogos com o nome Street Fighter, tanto na saga principal quanto em spinoffs. No entanto, em alguns crossovers como Capcom Fighting Evolution, Tatsunoko vs Capcom e Marvel vs Cpcom 3: Fate of the Two Worlds, ele não aparece;
  • Ele tem uma filha chamada Mel e, quando perguntam a ele se ela seguirá os caminhos dele, ele sempre responde que “só depende dela”;
  • Em Street Fighter Alpha 3 e em Street Fighter IV mudaram seu país de origem para os Estados Unidos. No entanto, sua história de ter passado a infância no Japão permanece a mesma;
  • No primeiro jogo há um áudio não utilizado em que o Ken falaria “Fire Kick“, indicando que ele teria um quarto movimento especial. Acredita-se que ele tenha dado origem ao Tenmakujinkyaku.
  • Seu tema é baseado na música “Cheap Trick” do filme Top Gun. A compositora Yoko Shimomura disse que tinha assistido ao longa-metragem, mas que a semelhança entre as faixas foi acidental;
  • Em Street Fighter V há um conteúdo por download que coloca o Ken com a roupa do Dante de Devil May Cry 4.

2 – Ryu

Toda série (ou quase) precisa de um protagonista e com Street Fighter não foi diferente. Ryu é, sem dúvidas, o mais popular e o mais lembrado quando falamos da série de luta da Capcom.  Originalmente seu nome seria Ryuichi, mas foi reduzido para Ryu para ser mais fácil para as pessoas do mundo inteiro entenderem seu nome.

O personagem foi idealizado por Takashi Nishiyama, que por sua vez resolveu homenagear o personagem Masutatsu Oyama da série Karate Master, e até o fato dele ir à Tailândia após anos de treinamento para lutar contra um mestre do Muay Thai é para remeter a série.

Como o primeiro game procurava ser mais realista que os posteriores, o Ryu só tinha movimentos da arte marcial japonesa, mas a partir de Street Fighter II passou a incorporar outros estilos, incluindo movimentos de luta inspirados nos filmes de Bruce Lee.

Outra pessoa que esteve envolvida na criação do Ryu foi o game designer Manabu Takemura, argumentando que o Ryu precisaria simbolizar ao máximo um lutador japonês, enquanto Ken deveria ao máximo representar a cultura norte-americana. Assim, seria possível atingir um grande número de jogadores. Já Akiman, não gostou do físico muito magro do protagonista no primeiro game e nem seu corte de cabelo, deixando-o mais forte e com cabelo mais curto nas sequências.

Em Street Fighter V ele também teria um novo design, mas a ideia acabou sendo descartada por motivos desconhecidos. Já no sexto jogo principal, ele foi redesenhado para aparentar um pouco mais velho e com novas vestimentas visando ter uma “aura de mestre”, lembrando o seu mentor, Gouken.

Já seu passado é dramático: ele ficou órfão ainda criança e não tem memórias sobre seus pais, e portanto não sabe se eles estão vivos ou mortos. A única coisa que ele lembra é de ter vivido um período com um sacerdote de algum templo desconhecido até ser adotado por Gouken, um mestre da arte do karatê.

Ao longo do tempo ele presenciou algumas lutas entre seu pai adotivo e seu irmão mais novo, Akuma, e ficou fascinado com a arte, vindo daí o desejo de ser um lutador também. Por volta de seus 12 anos, Gouken decidiu que era hora de passar seus ensinamentos, e recebeu também um novo aluno: Ken, que passou a morar no dojo e acabou se tornando o melhor amigo do Ryu.

Após concluírem seus estudos, Ken viajou para os Estados Unidos, enquanto Ryu foi para a Tailândia enfrentar aquele que era considerado o maior lutador do mundo: Sagat, derrotando-o com um shoryuken e deixando-o com uma cicatriz no abdomen.

Ryu tem personalidade que envolve valores muito nobres, como sabedoria, humildade e respeito, apesar dele ser muito calado e ter diversos momentos em que se autodeprecia, demonstrando baixa autoestima e crendo que ainda “não é bom o suficiente”, por mais reconhecimento e admiração que ele tenha das pessoas. Seus únicos objetivos na vida são treinar e lutar contra pessoas fortes, e assim que ele vence um, ele já quer um próximo, quase como uma obsessão em sempre aprimorar suas habilidades.

Muito reservado e tendo tido uma infância e adolescência longe da cultura moderna, ele demonstra em várias situações que não “se encaixa” socialmente. Por isso que ele não tem muito “polimento”, às vezes falando frases engraçadas ou desrespeitosas na inocência. No entanto, ele também é reconhecido como amável, autêntico e de bom coração, sempre disposto a ajudar quem precisa.

  • O personagem é apaixonado por comida, sendo que nas poucas vezes em que ele é visto mau humorado é quando estava com fome;
  • Muitos apontam semelhanças entre ele e o Goku de Dragon Ball: ambos foram criados longe da socidade, são órfãos, têm um pai adotivo, são treinados por um mestre junto com um amigo (Ryu-Ken/Goku-Kuririn), não têm polimento social, ambos são apaixonados por lutar, e até o movimento “hadouken” pode ter sido inspirado no “kamehameha”;
  • No jogo Asura's Wrath, há a participação do Ryu durante o “Episódio Perdido”, sendo que ele faz uma brincadeira com suas aparições em outros crossovers ao dizer: essa não é a primeira vez que estou em uma terra estranha”;
  • Em Street Fighter IV ele diz que prefere andar descalço a usar sapatos;
  • Ryu também cortou as mangas de sua vestimenta para conseguir fazer socos com mais facilidade;
  • O desenvolvedor Yoshinori Ono confirmou que o Ryu sofre com aracnofobia (medo de aranhas), sendo algo mostrado na luta dele contra o Homem-Aranha em Marvel vs Capcom 3;

1 – Akuma

E em primeiro lugar resolvemos colocar o antagonista favorito de todos: Akuma, o chefe secreto  de Street Fighter II Turbo que depois reapareceu em diversos títulos e é considerado “um dos mais apelões” da série. Irmão mais novo de Gouken, ele é uma espécie de “versão maligna de Ken e Ryu”.

Ele foi concebido após uma piada de primeiro de abril da revista Electronic Gaming Monthly, que mostrar um truque no Street Fighter II original para jogar uma partida contra um suposto mestre do Ryu chamado “Sheng Long”.

Para quem não sabe, no SFII original há uma cena quando vencemos uma luta utilizando o Ryu com um texto dizendo Você precisar derrotar Sheng Long para ter uma chance“, levando a inúmeras especulações durante os anos de 1990. Na verdade, o texto em japonês dizia “Você precisa derrotar meu SHORYUKEN para ter uma chance”.

Nesse contexto que a edição de abril da EGM de 1992 deu  uma série de procedimentos absurdos para que os jogadores conseguissem enfrentar o suposto Sheng Long. Como na época a internet estava dando “seus primeiros passos”, o boato se espalhou pelo mundo inteiro através das revistas, frustrando diversos jogadores que se esforçavam para chegar até o personagem secreto, mas sem sucesso, e somente na edição seguinte que a EGM explicou o ocorrido. O que era para ser uma “brincadeira de primeiro de abril”, acabou inspirando a criação do verdadeiro mestre dos dois protagonistas: o Gouken, e o Akuma veio para ser o irmão mais novo dele.

O design do Akuma foi inspirado na divindade Nio, sendo um dos guardiões que protegem os templos budistas de influências negativas, mesclando com o visual do semideus hindu Asura. Já seu nome original, Gouki, foi transformado em Akuma no ocidente porque a Capcom dos Estados Unidos acreditava que o personagem era possuído por um demônio, sendo que “Akuma” significa “Diabo” em japonês. No entanto, essa informação não procede.

Já a história começa durante sua juventude, quando ele e seu irmão mais velho, Gouken, eram estudantes do mestre Goutetsu,  que ensinava uma arte marcial própria extremamente perigosa que incorpora elementos de Karatê, Judô e Kempô.

Ao longo do tempo, Gouken demonstrou ser incapaz de aceitar a natureza violenta do estilo de luta de seu mestre e resolveu sair para fundar seu próprio dojo. Já Akuma continuou e quis aprender a habilidade Shun Goku Satsu, uma técnica letal e incrivelmente poderosa que coloca o próprio usuário em pergio pelo excesso de poder. Akuma foi desenvolvendo cada vez mais um desejo de “lutar até a morte”, e acabou se corrompendo para o lado negativo dos poderes de luta.

Após aprender tudo que tinha com seu mestre e ficar exaustivas horas treinando, Akuma decidiu iniciar uma batalha “até a morte” contra seu mentor e, no final, usou a técnica Shun Goku Satsu para derrotá-lo e, ao contrário do que é possível supor, Goutetsu demonstrou felicidade ao ver que seu aluno havia superado-o. Como lembrança, Akuma pega os cordões de oração do seu falecido mestre e coloca em seu pescoço, sendo que neste momento Gouken chega para visitar seu antigo mestre e acaba encontrando-o morto. Ao ver seu próprio irmão, ele entende o que aconteceu e, mesmo repreendendo-o, Akuma responde com um simples silêncio e parte para a floresta, desaparecendo por um longo período.

Após muitos anos, Akuma resolve visitar o dojo do seu irmão enquanto Ryu e Ken, ainda adolescentes, estavam tendo aulas com ele. Os dois assistiram seu mestre batalhar contra o próprio irmão, sendo Akuma queria provar que ele não era forte o suficiente com o caminho pacífico que tinha escolhido, enquanto Gouken retrucava dizendo que a força era muito além de morte e destruição, e que o comportamento dele era desonroso. Ambos batalharam e Gouken acabou vencendo, e mesmo Akuma pedindo para ser morto, seu irmão não o fez, deixando-o ir.

Posteriormente, em uma época em que Ken e Ryu estavam quase concluindo seus estudos, Akuma apareceu no dojo uma segunda vez para uma vingança, sendo que desta vez ele usou a técnica Shung Goku Satsu para matar o próprio irmão.

Ken viu o flash de luz e escutou um forte barulho em um lugar distante e correu o mais rápido que pôde até o quarto onde seu mentor esta. Chegando lá, Gouken estava caído no chão inconsciente, e Ken sabia que isso tinha a ver com o Akuma. Ele corre até a floresta para um lugar onde sabia que ia encontrar o algoz de seu mestre e, após os dois lutarem, Ken foi derrotado facilmente, mas desta vez Akuma resolveu poupar sua vida e desapareceu sem deixar rastros. O que ninguém esperava era que seu irmão benevolente estava apenas em coma, não morto.

  • Em uma outra piada de primeiro de abril da EGM, Akuma aparece como personagem desbloqueável de Resident Evil 2;
  • No jogo Super Street Fighter II Turbo ele tem quatro frases, sendo mais que todos os outros que têm geralmente dois ou três;
  • A aparência do Akuma de Street Fighter V é dita como semelhante a um leão, sendo motivo de anedotas entre os fãs da série que o chamam de “Akuma Matata” (referência a Hakuna Matata do filme O Rei Leão);
  • O cabelo dele também lembra o de Ganondorf da série The Legend of Zelda.

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Fabits
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